domingo, 30 de outubro de 2011

Furando a fila

Alguns dias atrás, no carro, após deixar uma amiga em casa, voltávamos para casa quando pensamos sobre como, algumas vezes, podemos parar do lado de alguém e o assunto simplesmente começa a fluir. Quando isso acontece, essa conexão, as pessoas não falam apenas sobre como o dia está quente ou sobre como o trânsito é caótico, elas apenas falam. Podem ficar ali por horas e horas dialogando, mesmo sem se conhecer.

Esse momento não é comum. Ter um imprint com alguém é raro, mas também bom; é quase como se você conhecesse aquela pessoa toda a sua vida, coisa de filme ou novela mesmo.

Assim, como esse momento é raro, identificar um amigo também não é algo costumeiro. Estava revendo meus depoimentos da época que Orkut era a 8ª maravilha (ou seria a 9ª agora?) e percebi o quanto amadurecemos e também nossas amizades. Existem aqueles amigos que ficam na nossa vida e, mesmo que eu não os veja sempre, quando nos encontramos tudo está igual, é como se ainda estivéssemos vivendo em 2008. Mas é muito bom ver também que novos amigos chegam!

Eu escolhi me afastar de algumas pessoas, provavelmente fui afastado por outras; certa vez até pedi a Deus que me aproximasse de alguém e isso é algo que nunca contei a ninguém. O problema é: a vida, o destino ou qualquer seja o nome se encarrega de manter em nossas vidas quem importa. Claro que, se todos fizéssemos um pouco mais de esforço, teríamos muito mais pessoas ao nosso redor, mas ainda assim.

De qualquer maneira, escrevo hoje, passando esse post na frente de outros já planejados para compartilhar uma conclusão. Alguns dias queremos nos isolar. Queremos ficar sozinhos para pensar, para experimentar a liberdade de fazer o que quisermos sem ter que dar satisfação a ninguém, a liberdade de ir ao cinema e assistir qualquer filme, sem que outra pessoa ache ruim, pois ela não estava lá tão afim de ver tal filme.

Mas qual a relação disso com a amizade mesmo? Ah, claro! Meu ponto é, mesmo quando estamos fechados para o mundo, existem pessoas que não nos incomodam. Estar sozinho ou estar com elas é a mesma coisa, pois o sentimento é de total confiança, de conhecimento, e sendo assim podemos, ainda em companhia, ser livres. Fico feliz de ter alguém assim. E tenho dito.



"Era Ana Paula agora é Natascha, usa salto 15 e saia de borracha."

2 comentários:

  1. Essa coisa de não dar nome aos bois me deixa meio desnorteada, mas gostei muito do texto e concordo c vc em vários pontos!
    E tenho dito!

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  2. Tem gente que pode estar longe, distante e perdida da nossa vida, mas é isso mesmo: nada muda quando há confiança. A gente se conhece só pelo olhar. Bom texto!

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