terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Ambiguidade

Aperte o play assim que começar a leitura deste post.

Eu nunca tinha percebido o quanto essa música é ambígua até ver um comentário no vídeo abaixo. Na verdade não é a música inteira que traz a ambiguidade - ou talvez seja - mas a parte do "Como eu Quero", o título que a acompanha. "Como eu quero" pode representar a intensidade do querer, da vontade daquela pessoa. Ao mesmo tempo, representa também a vontade de ter a pessoa como você quer, do jeito que você acha que ela deve ser.

Devo assumir que essa música é uma das minhas favoritas, especialmente a versão do Leoni. Nessa versão, quando ele fala que vai cantar de outro jeito pra gente ver do que ela trata, parece que a música se transforma e a letra passa a descrever uma outra coisa. Sabe quando eu disse que tem gente que sabe brincar com as palavras? Pois então, ele foi um artista ao brincar com a melodia da canção e torná-la outra.

Eu prefiro continuar ouvindo a música pensando na intensidade da vontade, do querer. Prefiro pensar que é uma música que fala de desejo e tesão do que de moldes de desejos. De qualquer modo, essa é apenas a minha maneira de interpretar a letra, mas não são os sentimentos também tão ambíguos antes de mostrarem a que vieram?

Como eu quero!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Desofrer

Podia ser um erro de digitação, mas é um neologismo, uma nova palavra a ser adicionana ao dicionário: desofrer.

Desofrer: Verbo. Ato de deixar de sofrer.

Conversando mais uma vez com Ana nas noites de plantão jornalístico, caímos em uma conversa aleatória sobre gostar das pessoas e sofrer por causa disso. Ou seria de não gostar das pessoas e fazê-las sofrer por isso? Não posso falar com certeza, mas o que importa é que criamos um novo verbo: desofrer. Falávamos de gostar de alguém e de como esse sentimento nos muda. Nós, que somos seres autossuficientes, não nos adaptamos bem a isso. Saímos da nossa zona de conforto e perdemos o controle, virando adolescentes apaixonados de um filme da Sessão da Tarde ou de um romance de Shakespeare.

Meu livro favorito de Shakespeare é "Sonho de Uma Noite de Verão". Nele o real e o mítico se misturam em uma noite onde todos os amores são possíveis. Pensando sobre isso, quero ler o livro de novo, pois me dei conta de que não me recordo do final! Sei que é muito bom, é uma leitura simples e gostosa, como eu espero que seja o amor.

De qualquer maneira, voltando ao desofrer, acho que ele foi pensado para representar fases em que precisamos deixar o sofrimento de lado, largar ele pra lá e focar no que tem de bom pela frente.

Para de sofrer. Para desofrer.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Hesitante

"Learco virou-se e segurou a mão dela. Dubhe não conseguiu esquivar-se daquele contato: manteve os dedos inertes entre os dele, percebendo o frescor da sua palma.
Mãos que matam, como as minhas.
-Também aconteceu comigo - disse num sopro.
Não conte isso também, já falou demais... Mas não podia calar-se. As palavras pressionavam, já pesava em seus lábios como pedregulhos.
-Foi quando morreu o homem que me salvou a vida. - Esperou ser interrompida, desejou encontrar um jeito de fugir, mas era seu corpo que queria ficar, como se estivesse sob o efeito de um feitiço. -Era meu Mestre, e eu o matei.
A sua voz ficou hesitante, mas não parou."

sábado, 21 de janeiro de 2012

4:13

Me dei o tempo de uma música pra escrever esse post antes de ir deitar.

Depois de virar uma noite e ir cedo hoje dar aula, fui para a Y exercitar um pouco minhas habilidades como bad kid e aproveitar uma tarde de aprenndizado mútuo. Cheguei em casa e tinha uma festa pra ir, mas estava tão esgotado que tirei um cochilo de 15 minutos que durou 3 horas. Fui acordado pela Pacuta pra me perguntar se eu iria à festa mesmo, resolvi tomar um banho e subir, afinal queria mesmo ver a maioria das pessoas que eu sabia que estariam lá!

Tomei meu banho, subi, comprei um Guaraná Antártica no Bolão e cheguei ao terraço da Magnífica pra começar a aproveitar a festa "Viver, Valer", entitulada em homenagem ao hino do Brasil de quando a Lala for eleita presidente.

Cheguei em casa, bati um papo delicioso e estou indo deitar, pois amanhã o dia promete. Fim do post, fim da música!

Perfect timing!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O que meus amigos me ensinaram

Harry* me ensinou que é ok querer ficar só às vezes; Nihal me ensinou que mulheres podem ser mais fortes que homens; Dubhe me ensinou que devemos controlar nossos demônios; Gentil me ensinou que não é nossa natureza que nos define; Com Lyra eu aprendi que ser separado de quem gostamos pode doer – muito; Senar me ensinou que podemos fazer algo errado, mas que existem consequências com as quais devemos lidar; Hermione mostrou como o conhecimento pode ser a melhor arma; Legolas me ensinou que amizades podem nascer onde menos se espera e com Gimli eu aprendi a me livrar dos preconceitos; Dumbledore provou que continuamos a viver através dos nossos atos e daqueles que amamos; Com Theana eu descobri que devemos tratar bem mesmo aqueles dos quais não gostamos tanto e que isso não é falsidade, mas educação; Gina e Isabela me fizeram ter certeza que ruivas podem ser hot; Dobby me ensinou o verdadeiro significado de lealdade; Ondine me ensinou que a melhor forma de amar alguém poder ser deixar a pessoa ir; Com Eragon eu aprendi que a verdadeira amizade não precisa de falas, e com Saphira que é possível guardar segredos que não nos pertencem; Snape provou que podemos machucar alguém que gostamos pelo bem deles, mesmo que isso também nos machuque; Aslam mostrou que Deus pode se mostrar de diversas maneiras e Lúcia me ensinou que sempre devemos ter fé, mesmo quando parecer impossível; Oarf foi um exemplo de que mesmo quando estamos machucados devemos voltar a confiar nas pessoas; Ron foi o herói que me ensinou que não existe problema em ter um ponto fraco, mesmo se for medo de aranhas; Com Arwen eu aprendi que certos sacrifícios são válidos pelo amor, mesmo quando eles parecem grandes demais; Ido mostrou que as pessoas mais incríveis não são necessariamente as mais bonitas, e Morgana mostrou que elas não precisam ser, pois nós não admiramos as pessoas apenas por sua beleza, uma vez que elas se tornam belas aos nossos olhos; Bilbo provou que em algum momento temos que aceitar: a idade chega! Mesmo que seja aos 111 anos; Thenaar mostrou que todos têm um lado bom e um ruim, cabe a nós saber enxergar o lado que nos interesse em cada um; Sam mostrou a todos que vale a pena manter amizades e nos esforçar por elas; Arya me fez perceber que a diferença de idade pode ser uma barreira para amizades, mas que é facilmente contornada; Gandalf e Merlin são a prova viva de que pessoas fortes podem encaixar muito bem em corpos frágeis; Calíope me fez perceber que os olhos podem realmente ser a janela da alma e que podemos até mesmo nos apaixonar por eles; Arthur me inspirou com sua coragem; Lancelot provou que não podemos escolher por quem nos apaixonamos, and that sucks; Bicuço me ensinou que nossos melhores amigos podem não ser pessoas; Neville me mostrou que a coragem pode brotar nos momentos que menos esperamos; Aragorn me ensinou que algumas vezes o certo é desistir, mas não sem lutar; Com Edmond eu aprendi que nunca é tarde para se arrepender e pedir desculpas, pois amizades conseguem superar obstáculos; A Morena dos Óculos Escuros mostrou que algumas vezes precisamos fechar os olhos para enxergar de verdade; Aprendi com Luna talvez uma das mais valiosas lições, que ser diferente é normal.

E depois falam que a gente pode contar os verdadeiros amigos nos dedos de uma mão...



*Os personagens citados pertencem aos livros As Crônicas de Nárnia, Harry Potter, O Senhor dos Anéis, Eragon, Ensaio Sobre a Cegueira, Crônicas do Mundo Emerso, Guerras do Mundo Emerso, Os Sete, Sétimo, Turno da Noite, A Bússola de Ouro e As Brumas de Avalon.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Pensando em Nada

Como uma vez me disseram que eu tenho uma mente hipermidiática, o post de hoje vem pra comprovar essa constatação, pois temos imagem, música e vídeo pra acompanhar o texto.

Sexta-feira passada tive uma madrugada bastante agradável com dois grandes amigos. Nós rimos, nos divertimos, falamos mal dos outros e de nós mesmos, contamos casos e comemos bem! Um dos assuntos discutidos na mesa foi como o "nada" do homem e da mulher tem significados completamente diferente e de como a mente masculina consegue divagar pelas áreas mais aleatórias. A imagem abaixo vem para ilustrar esse argumento:




























Quando você pergunta a uma mulher "No que você está pensando" e ela te responde "nada", a mente dela está naquela sua amiga que ela odeia, no dia que você furou com ela, em como ela gosta do seu sorriso, no sapato que ela deixou de comprar ou no vestido que aquela atriz usou na premiação do Globo de Ouro. Quando a mesma pergunta é feita a um homem, a história muda...

Nós, homens, temos a capacidade de levar nossas mentes a lugares nunca antes explorados, principalmente se, como eu, nós tivermos um incentivo mesmo que mínimo de livros, filmes e séries de ficção científica. Quando falamos que não estamos pensando em nada, não quer dizer que nada se passa na nossa cabeça, apenas que é algo irrelevante para o momento, que não faz sentido ou, simplesmente, não estamos pensando naquela loira super hot que acabou de passar. Estamos pensando se o vermelho que eu vejo é o que você vê como verde ou azul, na razão pela qual o sinal vermelho te impede de prosseguir e não o verde, em como seria bom estar na ilha de Lost ou ter algum super poder pra se juntar aos X-men.

Esta é a realidade da mente masculina!


A música abaixo foi o tema dessa postagem, Sem Você - Marisa Monte e Arnaldo Antunes.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Gargalhando

Nunca vi nenhum filme da Audrey Hepburn. Para alguns isso é quase um pecado, mas, se vale de algo, está nos meus planos de realizações de curto prazo. Mesmo sem nunca ter assistido nenhum de seus filmes, hoje me deparei com uma frase supostamente dita por ela que me colocou para pensar, que é a seguinte:

“I love people who make me laugh. I honestly think it's the thing I like most, to laugh. It cures a multitude of ills. It's probably the most important thing in a person.”

Assumo que vi a frase em português e fui buscá-la em inglês, pois por algum motivo eu achei que ela soaria melhor assim - não sei se realmente fez alguma diferença. O que me impressionou na frase à primeira vista foi que eu sempre me pego rindo das coisas. Muitas vezes a risada vem sem motivo, sem esforço, e com essa frase algo ficou claro.

O que nos faz rir não está assim tão ligado ao quão engraçada a outra pessoa é, mas a nossa felicidade em estar ao lado dela! É algo natural, uma troca de olhares que nos faz rir do nada, da situação, por mais cotidiana que ela seja. Mais que isso, tenho a impressão que rimos não apenas por fora, mas que essa é apenas a maneira de externar como nosso fígado* está se sentindo.

*Como o blog também é cultura inútil, o fígado era o símbolo do amor na Grécia antiga antes do coração colocar uma melancia na cabeça. Acho que aprendi isso com a fantástica professora de literatura do Chromos da qual não consigo recordar o nome. Tentei achar uma explicação boa pra essa história, mas como não consegui, vai a melhorzinha.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Talvez


Talvez eu esteja mais gordo, talvez não. Talvez eu sonhe menos, espero que não. Talvez eu seja mais rico, talvez não. Talvez eu esteja formado, espero que sim. Talvez o mundo seja um lugar melhor, talvez não. Talvez eu veja o mundo como um lugar melhor, talvez não. Talvez eu seja amado, talvez não. Talvez eu ame alguém, talvez não. Talvez eu viva no Brasil, talvez não. Talvez eu tenha ido mais vezes pra fora, talvez não. Talvez eu continue fã de cinema, espero continuar pagando meia. Talvez eu tenha um carro, espero que sim. Talvez eu ainda more com minha mãe, talvez não. Talvez eu tenha mais amigos, talvez menos, mas espero manter os que tenho agora. Talvez a copa tenha sido um sucesso, vamos torcer. Talvez o Brasil deixe de ser o país do futuro e chegue a ele, talvez não. Talvez eu ainda goste de seriados; espero ter tempo para eles. Talvez a vida seja menos confusa, mas provavelmente não. Talvez eu tenha um All Star, talvez não. Talvez as "Crônicas de Gelo e Fogo" tenham seu fim, vamos orar pra George R. R. Martin viver até lá. Talvez eu ainda tenha esse blog, talvez não. Talvez eu ainda seja confiante nas minhas decisões, talvez não. Talvez eu seja mais honesto comigo mesmo, talvez não. Talvez meus amigos estejam casados, talvez não. Talvez EU esteja casado, talvez não. Talvez eu tenha filhos, talvez não. Talvez eu serei feliz... Talvez o #@$6!, serei feliz.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Freneticamente

Nunca na história desse blog se viram tantos posts seguidos! Alguns são pra mim e outros pro mundo, mas o que importa é que a vontade de escrever tem aparecido por aqui com ais frequência! Eu gosto das palavras. Elas podem ser ambíguas, mas sempre entregam alguma mensagem. Sozinhas elas podem significar o mundo, e ao mesmo tempo podem não fazer sentido algum. Elas podem fazer algo parecer muito bonito e pomposo ou podem acabar com toda a beleza que já foi vista.

As palavras são claras como cristal e confusas como um livro de Saramago. Como qualquer outra ferramenta, existem aqueles que a dominam, que conseguem se expressar por meio delas, mas existem também aqueles que são pouco familiarizados com suas nuances e seus caminhos tortuosos. Alguns conseguem brincar com elas como se fossem peças de lego, enquanto outros as consideram um quebra cabeça de peças minúsculas e difíceis de se encaixar.

Eu, particularmente, gosto das palavras. Não sou nenhum Dumbledore, porém também não sou tão atrapalhado quanto o Presto. Consigo criar arranjos e mosaicos quando necessário, posso florear uma mensagem ruim de maneira a torná-la quase boa, mas também posso ser direto, curto e grosso. Tudo depende do objetivo. Eu consigo brincar com a composição das frases de maneira a torná-las enigmas para aqueles que não sabem o que elas realmente querem dizer. Posso fazer citações sem nenhum sentido à primeira vista, como Ana me disse, mas que em seu contexto fazem todo o sentido.

Gosto de ver como um texto se modifica a cada linha. Como as idéias - sim, idéias com acento - vão se completando à medida que o texto cresce e toma forma. Como um post que deveria ser sobre o aumento nas postagens do blog termina falando da importância das palavras. Eu gosto das palavras porque dentro de sua previsibilidade elas são imprevisíveis, dentro de sua clareza elas são nebulosas e, mais que tudo, dentro de sua simplicidade, elas são complexas.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

5 ou 6 anos

Tudo seria diferente em 5 ou 6 anos.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Não Dito

Você é um ignorante. Me desculpe. Eu estava errado. Gosto de você. Não me deixe. Me dê mais uma chance. Por favor. Não fique com raiva. Eu menti. Filho da p*ta! Te odeio. Te amo. Não gosto de você. Você é uma vadia. Não vou com a sua cara. Não te amo mais. Eu te amo. A culpa foi minha. Não quero te perder. Não quero mais ficar com você. Obrigado. P*ta! Não quero te deixar. Gosto do seu cabelo. Covarde. Gosto de quando você mexe no meu cabelo. Você é um imbecil! Gosto do som do seu coração batendo. Gosto do jeito como você fala. Você é falso. Ela não te merece. Vai tomar no c*. Vá, fique com ela! Eu te amo.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Closer

É assim que eu me sinto agora. Não deveria, mas não consigo controlar. Pela primeira vez eu entendo aquela sensação que já vi ser descrita nos livros e filmes. O chão some, as palavras ficam confusas, a mente entre em um ritmo frenético e ao mesmo tempo não pensa em nada. É confuso, a capacidade de tomar decisões desaparece, o estômago embrulha. Os dedos podem ser estalados a cada minuto, os ombros ficam tensos. É algo novo, quase divertido. Na verdade, talvez não seja tão novo assim, foi apenas esquecido, coisa de alguns anos atrás. A armadura se quebrou. A vontade é de ir dar uma corrida pra extravasar, nadar até os músculos não aguentarem mais, e o pior, vale repetir, é que não existe razão...


"I don't love you anymore. Goodbye."